3. Qua ndo a asma não está controlada e atingimos o nível máximo de me dicação, podemos dizer que se trata de uma ASMA GRAVE. Neste patamar, a terapêutica com biológicos é uma opção, mas, para tal, é necessário identificar qual a etiologia (origem) da asma (endótipo) para podermos adequar a escolha do biológico. Estes doentes requerem uma abordagem rigorosa e sistemática no seu diagnóstico e tratamento, de preferência realizada por uma equipa multidisciplinar, pelo que devem ser encaminhados para Centros Especializados. Em resumo, a asma é uma doença crónica cujo tratamento na maioria dos casos é eficaz e seguro, permitindo o controlo da doença e uma boa qualidade de vida dos pacientes. O tratamento deve ser sempre adaptado às características particulares de cada paciente e, por isso, o seguimento em consulta de especialidade é fundamental . Carlos Neto Braga Médico especialista em Imunoalergologia Links úteis: https://ginasthma.org https://www.spaic.pt http://apa.org.pt
2. Deve - se começar por identificar eventuais factores desencadeantes/agravantes a que o paciente possa estar exposto (alergénios, produtos irritantes) e instituir medidas de evicção/controlo ambiental. Outra medida importante é a prevenção de infecções (vacinação e/ou imunoestimulantes) A abordagem do tratamento da asma pode ser dividida em tratamento de manutenção (terapêutica diária com o objectivo de reduzir a inflamação persistente dos brônquios) e tratamento da crise. Ac tualmente existem medicamentos (na sua maioria inaladores) que são muito eficazes e seguros, desde que utilizados estritamente de acordo com a prescrição médica (n omeadamente, não são nocivos para o coração, o que constitui um dos receios mais frequentes verbalizados pelo s pacientes nas consultas). Existem vários dispos itivos para administração de fárm a cos através da via inalatória, sendo sempre seleccionado aquele que melhor se adapta à condição particular de cada paciente. Uma técnica inalatória correcta é fundamental para que o medicamento seja administrado de forma eficaz. Neste contexto, o ensino e treino da técnica inalatória na consulta é fulcral para o suces so terapêutico. A asma de causa a l érgica, em casos criteriosamente seleccionados, pode ser tratada com “vacinas anti - alérgicas”. O tratamento adequado das co - morbilidades é fundamental para o controlo eficaz da asma , pelo que muitas vezes é importante u ma abordagem multidisciplinar. O que é e qual a importância de avaliar o controlo da ASMA? O grau de controlo da Asma pode ser definido pela forma como os sintomas se manifestam com ou sem tratamento. Para cal cular grau de controlo, avalia - se a resposta a perguntas referentes a sintomas, à interferência na atividade diária e à necessidade de medicação nas últimas 4 semanas . No inquérito epidemiológico da asma em Portugal, concluiu - se que 43% da população asm ática não estava controlada, mas 88% tinha respondido que considerava a sua doença controlada. Esta falta de perceção é uma das responsáveis pela manutenção de queixas e ainda há muitos doentes que se habituam a viver com sintomas , o que, atualmente, não se justifica. Uma asma não controlada é uma ASMA GRAVE? A falta de controlo da Asma não está diretamente relacionada com a gravidade da mesma: o nível de medicação necessária para o controlo é que permite classificar a asma de ligeira a grave.
1. ASM A - conceitos importantes O que é a ASMA? O termo Asma deriva de uma uma palavra grega - ασμα - que significa ofegante, ou com dificuldade na respira ç ã o. Reconhecida desde há mais de 2000 anos, é uma das doenças crónicas mais frequentes no mundo, sendo a principal doença crónica na idade pediátrica. Não pode ser curada, mas pode ser tratada. A Asma é uma doença inflamatória crónica dos brônquios caracterizada por sintomas respiratórios, tais como: pieira (chiadeira peito ou “gatinhos”) , dispneia (falta de ar) , aperto torácico ou tosse, que variam em intensidade e duração, alternando com períod os livres de sintomas. Os sintomas de asma podem ser desencadeados e/ou agravados por vários factores: exposição a substâncias a que o paciente é alérgico (alergénios) e a produt os irritantes (como detergentes ou outros produtos químicos, tabaco, poluição , poeiras, odores intensos), exercício físico, infecções respiratórias , “stress” emocional . Algumas doenças que possam existir concomitantemente (co - morbilidades) também podem contribuir para o agravamento dos sintomas de asma , tais como : a obesidade, a rinite alérgica, o refluxo gastro - esofágico ou a ansiedade. Em Portugal, existem cerca de 700 000 mil portugueses com asma, ou seja, 1 em cada 15 pessoas, a maior parte em idade escolar ou laboral. Como se diagnostica a ASMA? O diagnó stico é essencialmente clínico, com base nos sintomas atrás referidos, mas deve ser complementado pela realização de uma espirometria com broncodilatação, um exame que avalia de forma simples a capacidade de mobilização do ar. Como se trata a ASMA? As crises de asma podem ser comparadas à ponta de um iceberg, ou seja, a parte mais visível do problema. Mas, dentro do conceito de asma como doença crónica, o mais import ante é o seguimento regular para a avaliação da necessidade de tratamento de manutenção e/ou ajuste da terapêutica. . O tratamento da asma é basead o na frequência e gravidade dos sintomas, no risco de crise, em eventuais ( e raros) efeitos secundários da medicação e na avaliação da resposta inicial. É um tratamento dinâmico e o doente deverá ser reavaliado periodicamente .